Numa conferência de imprensa conjunta realizada, a 11 de Outubro, o presidente do Núcleo Empresarial de Penela, Alfredo Simões, denunciou que, naquele concelho, foram constituídas empresas ao abrigo do Sistema de Incentivo Empreendedorismo e Emprego (SI2E), que estão a passar dificuldades por falta de pagamento dos apoios.
“Muitos jovens empreendedores criaram a primeira empresa, fizeram as candidaturas, que foram aprovadas, investiram e neste momento têm dívidas, porque fizeram os pedidos de pagamento em Janeiro e não receberam nada e agora têm de estar a pedir às famílias e à banca”, frisou.
Para o dirigente do Núcleo Empresarial de Penela, esta situação “é muito perigosa”, porque incentivaram os jovens destes concelhos do Interior “a ficarem por cá, a investir e criar empresas e, de repente, já têm 50 ou 100 mil euros de dívidas”.
O presidente da Associação Empresarial Serra da Lousã (AESL), Carlos Alves, voltou a insistir na necessidade de o Governo repor os apoios às empresas que contrataram trabalhadores ao abrigo das medidas excepcionais para a contratação nos 59 concelhos abrangidos pelos fogos de 2017.
“Em 2017, o Governo disse às empresas dos territórios afectados para contratem pessoas e aumentarem o número de postos de trabalho, que iam ter apoios durante três anos, até 2020. E, em Junho deste ano, não sei porquê, o Ministério emitiu uma portaria a dizer que estes apoios acabavam todos a 31 de Julho de 2019”, criticou. “Isto é o quê? Alguma coisa se passa. Dão-nos um apoio de três anos à contratação e de repente acaba? Chega de brincar com as empresas e o interior, pois os jogos não acabam a meio”, questionou o dirigente empresarial.