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(DES)CONVERSAR

Marco Marques, 29 abril 2021

2 min · 63

(DES)CONVERSAR
BOCAS

Quem tem boca vaia Roma, dizem uns. Quem boca vai a Roma, dizem outros. Seja de uma ou outra maneira, sem pelos uma boca, não há provérbio. Avancemos.
Rapaziada do meu tempo bem se lembra de um carro aerodinâmico comercializado em Portugal durante vinte anos (1955-1975). Era o elegante e futurista Citroen “boca de sapo”.
Palavra puxa palavra, pelo que vem a propósito mencionar que os automóveis também envelhecem  e quando caem na oficina do mecânico, aquilo é um festival de chaves de bocas a desenroscar a porca e o parafuso. 
Pela boca, só o peixe é que morre por não estar treinado contra armadilhas da pesca à linha e anzol.
Foram apanhados com a boca na botija à boca da noite. O passante pôs a boca no trombone e agora andam com o credo na boca e nas bocas do mundo. Ninguém diga que está bem.
Dizer a alguém que quando abre a boca, ou entra mosca ou sai asneira, é uma acusação provocatória que pode levar a trágicas consequências. É preferível evitar essas bocas foleiras a tempo e horas.
Entre a boca do corpo, a boca do forno e a boca de incêndio há, pelo menos, vinte e uma diferenças. Indique se não todas, pelo menos algumas para constarem aqui antes de encerrar o texto.
Ter o coração ao pé da boca é perigoso porque se diz o que se quer e não quer com as implicações e consequências daí advindas.
Das calças à boca de sino, diga-se à boca cheia que foram moda nos anos 60/70 do século passado e agora atrevem-se a concorrer com as afuniladas e justinhas dos artelhos aos quadris que têm reinado na última década.

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