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1 DE MAIO: S. JOSÉ “VISTO” PELO PAPA FRANCISCO

Marco Marques, 29 abril 2021

3 min · 66

1 DE MAIO: S. JOSÉ “VISTO” PELO PAPA FRANCISCO
O primeiro dia do mês de Maio é vulgarmente conhecido como “ Dia do Trabalhador”. A Igreja, consagrando esse dia a S. José, designa-o como o “ Dia de S. José Operário”. Por ser alguém tão importante, na História da Salvação, o Papa Francisco, com a publicação da Carta Apostólica “Patris Corde (“com coração de pai”) no dia 08 de Dezembro de 2020, convocou um Ano dedicado a S. José para assinalar o 150º aniversário da sua declaração como Padroeiro da Igreja Universal, feita pelo Papa Pio IX a 8 de Dezembro de 1870.  Nessa carta, o Papa diz que, “ depois de Maria, a Mãe de Deus, nenhum Santo ocupa tanto espaço no magistério pontifício como José, Seu esposo. O documento apresenta “reflexões pessoais” do Papa sobre São José, “figura extraordinária, tão próxima da condição humana”. A carta destaca que, ao longo das últimas décadas, o magistério dos Papas tem destacado a “relação com o trabalho”, na figura de São José. “Neste nosso tempo em que o trabalho parece ter voltado a constituir uma urgente questão social e o desemprego atinge por vezes níveis impressionantes, mesmo em países onde se experimentou durante várias décadas um certo bem-estar, é necessário tomar renovada consciência do significado do trabalho que dignifica e do qual o nosso Santo é patrono e exemplo”, sustenta Francisco. “Como poderemos falar da dignidade humana sem nos empenharmos por que todos, e cada um, tenham a possibilidade dum digno sustento?” O Papa refere que num momento de crise “económica, social, cultural e espiritual” é necessário redescobrir o valor do trabalho para dar origem a “uma nova ‘normalidade’, em que ninguém seja excluído”. Francisco evoca todas as pessoas que se dedicaram aos outros no actual momento de pandemia, muitas vezes longe dos holofotes dos media e da opinião pública. “Todos podem encontrar em São José – o homem que passa despercebido, o homem da presença quotidiana discreta e escondida – um intercessor, um amparo e uma guia nos momentos de dificuldade”, escreve.
“São José lembra-nos que todos aqueles que estão, aparentemente, escondidos ou em segundo plano, têm um protagonismo sem paralelo na história da salvação. A todos eles, dirijo uma palavra de reconhecimento e gratidão”.
A carta apresenta a figura de São José a partir da sua dimensão paterna, como “um pai que foi sempre amado pelo povo cristão”, exemplo de ternura e confiança em Deus. “A felicidade de José não se situa na lógica do sacrifício de si mesmo, mas na lógica do dom de si mesmo. Naquele homem, nunca se nota frustração, mas apenas confiança”, pode ler-se.
O Papa, conhecido pela sua devoção a São José, destaca a capacidade de acolher o que parece inexplicável, nos vários momentos da sua vida, para depois “receber os outros, sem exclusões, tal como são, reservando uma predilecção especial pelos mais frágeis”. Francisco elogia a “coragem criativa” de São José, que apresenta como “o verdadeiro ‘milagre’, pelo qual Deus salva o Menino e Sua Mãe”.
A Sagrada Família teve de enfrentar problemas concretos, como todas as outras famílias, como muitos dos nossos irmãos migrantes que ainda hoje arriscam a vida acossados pelas desventuras e a fome. Neste sentido, creio que São José é verdadeiramente um padroeiro especial para quantos têm de deixar a sua terra por causa das guerras, do ódio, da perseguição e da miséria”.
Ao decretar um ano dedicado a S. José o papa diz: “Todos os fiéis terão assim a oportunidade de se comprometer, com orações e boas obras, para obter, com a ajuda de São José, chefe da Família Celestial de Nazaré, conforto e alívio das graves tribulações humanas e sociais que hoje dominam o mundo contemporâneo”.
Façamos nossa a oração que o papa recita a S. José há mais de quarenta anos: «Glorioso Patriarca S. José, cujo poder consegue tornar possíveis as coisas impossíveis, vinde em meu auxílio nestes momentos de angústia e dificuldade. Tomai sob a vossa protecção as situações tão graves e difíceis que vos confio, para que obtenham uma solução feliz. Meu amado Pai, toda a minha confiança está colocada em vós. Que não se diga que eu vos invoquei em vão e, dado que tudo podeis junto de Jesus e de Maria, mostrai-me como a vossa bondade é tão grande como o vosso poder. Ámen.»

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